Agora
pouco eu caminhava
Descalço
em cacos de vidro
Amargurado
e cínico
Sorrindo
para as pessoas “bom dia”,
Um
“bom” que não existia
Estava
preso em um estado
Em
que a dor parecia eterna.
Foi
quando ela atravessou-me
Com
a boca entre-aberta,
Os
olhos de pêssego em calda
Derramavam
algo que era meu,
Mas
eu não sabia
Eu
bem tentei frear a tempo,
Mas
não mudei de sentido.
Queria
ir ao seu encontro.
De
forma não tão brusca,
Mas
eu queria bastante.
Quando
desci do carro
Ainda
não estava morta,
Me
olhou aliviada e quase
Pude
ver um sorriso.
Baixinho
ela me disse:
“Amigo,
muito obrigada.”
E
fechou os olhos com alívio.
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