domingo, 29 de maio de 2011







seguindo uma linha meio terror..bem classico...personagens queridos ou não. Meus favoritos e um singelo conto para que gosta...




As paredes transpiravam sangue,
O sangue das crianças que morreram naquela casa.
Era o sétimo filho que perdera
Antes mesmo de completar sete anos de idade
E agora tentava acabar com sua vida
Pendurada por uma corda no pescoço.
Se debateu mil vezes e o coração ainda batia,
Seu sangue corria tão quente quanto o de seus filhos,
As paredes da casa pulsavam
Junto ao coração daquela amaldiçoada
Que não conseguiu criar os filhos
E que não conseguia nem mesmo morrer.
Dois dias se passaram,
A casa trancada e escura assustava,
Mas não levantava grandes suspeitas,
Todos naquela pequena cidade sabiam
Das tragédias que ela guardava,
Sua dona quase nunca saía,
Não podiam imaginar que ela estava pendurada
Numa corda na sala de estar
Tão viva quanto a casa...
Que dois dias depois ainda transpirava
O sangue de sete crianças mortas.

quarta-feira, 25 de maio de 2011


''Ah, minha infeliz, minha desafortunada
E minha pequena, oh, menina triste.
Eu sei que você está infeliz,
Ooh ah, querida, eu sei,
Querida, eu sei, exatamente como você se sente.''
    (trecho tradução - little girl blue, Janis Joplin)

ainda mendigando...


Me ame

Me diz que é só um sonho,
Mas que não vou acordar mais tarde,
Que tua busca por néctar
Não é mera vaidade...
Me ame com a boca cheia de carícias,
Me ame cm a boca cheia de malícias,
Me ame mesmo que chame
O nome de outro ao dormir.
Me diz que o amargo é falso,
Te dou rosas, te dou doces, a bunda,
Te dou agrados, te dou
O que mais você quiser por um amor
Que dure o tempo que você agüentar
O peso do meu corpo.
Me ame cheirando a bicho do mato,
Me ame com as garras e os pelos,
Me ame mesmo sem saber meu nome,
Mesmo que chame o nome de outro ao dormir. 


segunda-feira, 16 de maio de 2011

sobejo






Sobejo

Por uma migalha de pão,
Grandeza não é a questão...
De joelhos por um sobejo,
De joelhos por um sobejo.
Como se de todo o mar
Só fosse preciso uma única gota
Suprindo assim toda a falta
Completando o quebra-cabeça
Como se todo o mar
Não fosse nada sem essa gota.
As sobras do jantar,
Eu sou o cão debaixo da mesa
Deitando e rolando por um nada,
Eu sou um mendigo nas ruas
Que você alimenta com restos,
Pedindo uma dose a outros bêbados.
Faminta e rastejante,
Delirante e mendigando,
Ganindo por um sobejo,
Ganindo por um sobejo.

Sem titulo


Não foi isso o que eu perguntei,
Nós dois dividindo um
Espaço e daí em diante
Você vai tremer ao ouvir meu nome?
O que vai fazer nú na minha frente?
Me responda se corresponde,
Me infecte com teu espírito
De deserto empírico
E me arranhe a nuca.
É possível amar sem dor?
Com desprezo consignado,
É possível amar estando casado?
Amar de verdade alguém para quem
Você precisa jurar algo
Na frente de muitas serpentes,
Amor ao contrário...
Infeliz  presidiário, réu confesso,
Forçado, provas forjadas,
Doçuras algemadas.
Um copo cheio mais um pouquinho
Alguém no meio, outro carinho,
Dividindo ou subtraindo?
É possível amar de verdade
A pessoa com quem se casa?
Se fosse amor, meu bem seria,
Se fosse mesmo amor, não casaria!


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Querida


Querida

Querida manhã, bom dia,
O sol não ardia
Como a pimenta
Da noite passada,
De qualquer forma
Minha cama ainda está quente.
O vento não penetrou a janela,
Outra coisa penetrou naquele quarto.
Sufocantemente ardente
O suor grudou
E impregnou nos lençóis,
Foi um movimento frenético
E varias posições,
Foi a mão e a boca
E outras partes do corpo.
A noite não foi de sono
Tão pouco tranqüila,
Foi a noite perfeita.
Ela não era ninguém.


Farelos

Me escolhe em flagelos
Eleite-me sua rainha
Com os trapos que visto,
No chão onde eu durmo,
Não tenha receio.
Me ame bastarda
Sou mãe de outro filho,
Devore da minha boca,
Me queira em avesso
São muros e balas.
Me estraçalhe os cabelos,
Há dias não durmo
Sou desesperada
Estou como sou e peço
Não sinta remorsos,
Não sou senhorita.
Minha casa é a rua
Tua casa é meu corpo,
Doutor me ajude
Não finge que dorme
Sei que não tem escrúpulos.
Porta-estandarte
Já embelezei teus desejos,
Se hoje há farelos
É porque houve refeição.

''Você não quer vir comigo?
Não quer sentir meus ossos nos seus ossos?
É simplesmente natural.
Você não quer nadar comigo?
Não quer sentir minha pele na sua pele?
É simplesmente natural.

Nunca tive uma amante
Nunca tive alma
Nunca me diverti
Nunca ganhei ouro''
               (the killers - tradução trecho)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

seu mal é mulher



Janela

Pela luz da janela
Eu pude ver na sua casa
Você desfilava de roxo
Completamente embriagada
A musica estava alta
E você estava tão bonita!
Meu amor, oh meu amor,
Que luz é essa que vem
Dos teus olhos de ametista?
E esse cara quem é?
Oh meu amor, meu amor,
Como você está mal freqüentada.
E a minha inveja
Estaguinada a olhar comigo
Que homem era aquele
Pelo amor dos nossos filhos?
Por uma maldita janela aberta
Eu pude ver que a sua sala
Já recebeu pessoas melhores.
Meu amor, por favor,
Poupe-me da triste cena
Feche a janela do quarto.





domingo, 1 de maio de 2011



Jack

Jack, sua navalha não me assusta,
Sua mordaça não me calará,
Suas cordas aprisionam meu corpo
Nesse calabouço sujo e frio,
Mas minha alma voa leve
E o meu coração jamais será seu.
Quanta frustração você guarda,
Qual é o seu problema?
Nós sabemos que não é pessoal,
Você apenas não se aceita
Não é mesmo Jack?
Você pode rasgar meu rosto
E abrir minhas costelas
Com o maior de seus machados,
Meu corpo continuará quente
Na sua lembrança mais triste.
E eu vou assombrar a sua casa,
Me estampar na sua arte
Pendurada em tuas paredes.
Jack, oh meu querido Jack,
Você foi o ultimo daquela noite
E o meu DNA não saiu das tuas mãos,
Tuas mãos que tocaram lugares
Que nenhum outro jamais alcançou,
Pensando estar acabando comigo
Você me libertou da lama

E da noite e da sífilis.