quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Inútil




Quanto amargor!
Que toque áspero,
Que mão inútil
Que você tem.
Dobrado, quadrado,
Não perca tempo
Sou seu avesso,
Sou ao contrário,
Sou sem querer.
E que propósito
É esse heim?
Você esnoba,
Você humilha e maltrata,
Que língua inútil,
Que ser inútil
Que você é.
Se nunca beija,
Se nunca ama de graça
Que graça tem?
Quanto azedume,
Que limão verde,
Que toco podre,
Que corpo inútil
Que você tem,
Que ser inútil
Que você é.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A tardinha II


Enquanto o sol ia pra casa
Eu me banhava de saudades
Ao vê-lo cordial e sereno,
Desejando-o sabendo impossível
Ser nosso caso de amor.
Me escondia ao olhar
A linha do horizonte aparecer
Feito navalha, feito o fio
Do teu cabelo que eu amei
E que surgiu para separar
Dentro de mim o dia da noite.
Nos meus olhos se registrava
O mundo e sua maior beleza,
Minha cabeça só lembrava
Que sempre que o sol caía
Você chegava sorrindo linda,
Queria dormir lá em casa.
E agora eu sou o homem
A contemplar beleza inédita
Chorando nostalgia desnecessária.