segunda-feira, 30 de julho de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
Cultura da felicidade
Quando
a “cultura da felicidade”
Foi
propagada
E
a TV e o governo e meus amigos
Exigiam
que eu estivesse sorrindo
Dei
conta que estava estagnada
Dormindo
no ônibus
Que
me leva do trabalho para casa.
Dentro
de mim eu me convencia
Que
sempre estaria bem
Apesar
de tudo,
Que
nada do que passava no mundo
Me
afetava e que as respostas
Estavam
no pó e no álcool.
Eu
vivia enganada
Pela
fumaça alucinógena das fabricas,
Pelo
hipnótico barulho dos relógios,
Pela
alegria das musicas
Que
não nos dizem nada,
Por
um horário eleitoral ‘gratuito’.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Medusa
Alcoolizada
Medusa,
Me
seduza com teu olhar de botequim.
Hoje
eu quero sair sem medo
Acender
meu cigarro e sentar num banco de praça,
Rever
velhos amigos e beber.
Depois
quero te ver e beber mais,
Virar
pedra, pra poder te amar,
Até
não agüentarmos mais.
Engolir
sua boca e seus seios,
Amor
sem compromisso e sem receio
É
assim que eu quero você pra mim.
Bêbada
e louca, dançando nua a dança do amor.
Alcoolizada
Medusa,
Me
seduza com teu amor infame,
Cheio
de desejos e maldições,
Hoje
eu não quero ter que rezar
Eu
só quero beber, fumar e fazer amor com você.
Usado impossível
Hoje eu te reclamo atenção,
Você fingiu não me ver,
Você se aquece em meus braços
Depois diz que somos amigos
Para aqueles seus amigos
Que a noite também te aquecem.
Você foi sorrir naquela festa
E eu fiquei em casa sozinho,
Se meu telefone tocar
É que você não arrumou nada melhor.
Nessa noite eu te apedrejo,
Te cuspo a cara, te odeio,
Choro com mais ódio que medo,
Te enforco em sonhos
Com meus cadarços brancos,
Te esmago o crânio e gargalho
Enfio o gargalo na tua garganta.
Hoje eu te chamo covarde
Víbora devoradora de almas
Enquanto te chamam gostosa,
Por ai você se mostra fácil
Para mim é usado impossível,
Todos te têm a carne na cama,
Mas quem a tem de verdade?
sábado, 21 de julho de 2012
Rafaela
Rafaela, amarela essa cara
Ninguém é feliz de verdade,
Não dá pra fingir o tempo todo
Que os homens que te amam
Não são os mesmos que te agridem,
Que os homens que te odeiam
Não são os que um dia te amaram.
Rafaela, não precisa ter vergonha
Grandes mulheres também sentem medo,
Toda garota odeia um pouco o espelho,
Existe sempre aquele dia desconfortável.
Você podia calar a boca e ouvir
Nem todo mundo quer te agredir,
Você vai encontrar alguém legal
Se sair deste carnaval de tristeza,
Por quem sabe uma roupa descente
E não transar no primeiro encontro.
Você gosta de aventuras,
Mas espera por um príncipe encantado,
Rafaela teu batom encarnado
Te faz confundir com prostitutas,
Você devia ter mais cuidado
Para não iludir mais um coitado
E nem por mais um filho no mundo.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Mal Amada
Agonizava
delirante
Com
o leite que lhe banhara a cara
Então
ele se virou
E
o que era convulsão
Não
era mais nem espasmo
E
todo aquele sangue que fervia
Congelou
de imediato.
De
fato. Foi uma decepção.
As
pernas agora
Tremiam
de ódio, e os olhos
Enforcavam
aquele que a deixara
Num
momento delicado, onde
Um
estado físico interessante foi interrompido
Bruscamente
antes de ter terminado.
Ele
estava satisfeito e dormindo.
Ela
estava colericamente acordada.
Ate
tentou continuar sozinha
Mas
se sentiu ainda mais humilhada
No
triste papel de namorada.
Foi
até a cozinha buscar uma faca,
Passou
seu estado civil para viúva
Assim
não se sentiu tão mal amada.
Não,
ela não o matou,
Apenas
cortou e cozinhou
Aquilo
que a decepcionara.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Boneca Inflável
Fim
de tarde e de carreira
Rumo
ao México ou ao bar mais próximo.
Uma
dose, um cigarro, outra dose
E
aquela perca de tempo e de nome.
Tristeza
era tão banal que não doida
Anestesia,
eu evitava olhar pro céu,
Não
podia correr o risco de sonhar.
Sem
orações, sem patrões, sem pressa
Por
que nada faz diferença
Quando
você está sozinho e não vai
Fazer
nada por si mesmo. Nem morrer.
Todas
as pessoas não são nada
Eu
ia ao encontro do arraso
Perdido
no tempo-espaço. Ferido. Despedaçado.
Ciente
de que era vergonhoso e triste
Estar
sempre vivendo o constrangedor momento
De
acordar e estar sozinho mesmo quando
Ela
estava ao meu lado. Minha boneca inflável.
Me
ajudando em alguns momentos
Mas
não podia me fazer feliz com aqueles
Terríveis
e detestáveis defeitos:
Olhos
piscando, pulmões respirando,
Boca
falando e coração batendo.
terça-feira, 10 de julho de 2012
Nossa vitrine
está mal vista,
Alguém andou
espalhando que aquele cigarro
Não vende
livremente no mercado...
Alguém deixou
escapar
Que agente bebe
até vomitar. Calunia!
Nossas roupas
estão sujas
Por que
preferimos sentar no chão,
E não no colo
dos nossos pais,
E nem na rede
do nosso país.
Estão falando
mal de nós por ai
E acham que vamos
nos importar,
Que vamos mudar
a conduta
E deixar de ser
livre pra ser produto enlatado.
Nós não temos
tempo, nós temos fome,
Queremos uma
liberdade que não é vista
Mas é sentida
em toda a carne.
Sem juros, nem
faturas ou pactos,
Todo mundo
precisa de muitas coisas
Nós só
precisamos viver.
sábado, 7 de julho de 2012
Band-aid
Era
desolador ver que tudo o que tinha
De
repente não significava nada
Diante
de um ser tão cruel.
Ela
era magra e grosseira,
Com
os cabelos emaranhados
Que
prendiam meus pulsos
E
assim eu me sentia tão bem.
Era
um prazer tão incrível e barato
Que
eu acreditei que era eu
Quem
não valia nada.
Era
como se um band-aid
Curasse
todos os machucados.
A
convidei pra comer caviar,
Mas
ela pediu uma torta de frango.
As pessoas estranharam
Um
homem rico e bonito
Que
sempre andou sozinho
Que
rejeitou as mais lindas mulheres
Andar
por ai fazendo os caprichos
De
uma prostituta feia, pobre a barata.
Mas
era só ela que eu queria
E
quis até o dia em que ela parecia calma
Eu
não desconfiei, queria tê-la,
Mas
com um golpe por trás da cabeça
Me
acertou e em seguida
Partiu
meu corpo em pedaços
E
os pôs nas caixas dos meus sapatos
E
foi embora sem levar nada
Nenhum
centavo.
Pessego em Calda
Agora
pouco eu caminhava
Descalço
em cacos de vidro
Amargurado
e cínico
Sorrindo
para as pessoas “bom dia”,
Um
“bom” que não existia
Estava
preso em um estado
Em
que a dor parecia eterna.
Foi
quando ela atravessou-me
Com
a boca entre-aberta,
Os
olhos de pêssego em calda
Derramavam
algo que era meu,
Mas
eu não sabia
Eu
bem tentei frear a tempo,
Mas
não mudei de sentido.
Queria
ir ao seu encontro.
De
forma não tão brusca,
Mas
eu queria bastante.
Quando
desci do carro
Ainda
não estava morta,
Me
olhou aliviada e quase
Pude
ver um sorriso.
Baixinho
ela me disse:
“Amigo,
muito obrigada.”
E
fechou os olhos com alívio.
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