sábado, 2 de abril de 2011



Fruta

Tua luxúria escorre
Até tuas unhas
Cor de escarlate,
Veneno de ilusão.
Despencou da árvore
Feito fruta madura
E eu te comi inteira
A começar pelo pé,
Até te ter de propósito
E cuspir o caroço
E rejeitar a casca
E renegar o gosto
Dizendo ser ruim.
Filha do mato
Os teus filhos são
Filhos da puta
E os teus amantes,
Homens sem coração.
Quem era rosa
Quando menina
Virou fruta madura
Cedo demais,
Depois que alguém
Já comeu, eu?

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