sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Prima Vera






Prima Vera desabrochou cedo,
Violetas e margaridas
Para meu grande amor,
Eu cometi o crime
De amar uma estação do ano
E dentro dela uma ‘criança’.
Era inverno, ela menina,
Pela primeira vez prima Vera
Apareceu na minha casa:
A maldade dos trinta
No corpo dos dezesseis,
Hoje eu sei, foi de propósito.
Eu também era menino,
Eu só tinha quinze anos,
Era inocente,
Prima Vera Capitulina
Escondia desejo e segredo,
Hora era flores dançando,
Hora fumaça caindo.
Aquele inverno foi quente
Até o dia dela partir,
Foi sorrindo e cantando,
Eu chorando e odiando.
Nunca mais ela voltou
Mora em lugar distante,
Soube que se casou,
Já se passaram muitos anos.
Ainda tinha esperanças
Revê-la noutro inverno...
Adeus prima Vera, adeus.

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