Como
uma pena que flutua
Sem
pressa ou qualquer compromisso
Ouço
canções de doces crianças
Bem
diferentes da que eu fui um dia.
No
perfume que o vento me trás
Sinto
alguns sorrisos e outras lágrimas,
Toda
essa carícia por entre os cabelos,
Vigiando
nuvens, sinto-as travesseiros,
Rodo
em torno do meu eixo. É assim.
Solitário
de um carinho materno
Deslizo
largo no espaço aberto,
Eu
sou um aborto que não triunfou,
Guardo
em mim a marca que não apagou
E
com tanto peso sobre os ombros
Danço
um balé sobre tais escombros
Por
motivos tortos ainda sei sorrir!
Compadecido
da própria piedade
A
verdade é a dura, navalha afiada,
Mas
eu guardo em mim o que é monstro
E
mostro o sonho de um quase amor.
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