quarta-feira, 28 de setembro de 2011

No penhasco


  No alto desse penhasco eu sou a sorte
E nunca se pode saber
Quando a sorte vai mudar,
Hoje se está em cima, amanhã...
No alto desse penhasco eu sou o vento
Beijando a face do suicida,
Abraçando sue corpo e o levando
No longo caminho até embaixo
Assanhando seus cabelos durante a queda.
No alto desse penhasco eu sou a rocha
Que se mantém imutável e confiante,
De onde cai um pedaço todo dia,
O ser que nunca vai tocar o céu.
No alto desse penhasco eu sou a morte
Gritando por sangue fresco,
Implorando por um novo amor
Para compartilhar comigo os mistérios
E por um instante saber o que é
Beijar pela primeira e ultima vez minha boca.
No alto desse penhasco eu sou a vítima
No auge do desespero e da dor,
Misturando-se aos elementos da natureza
Esperando que a gravidade
Me dê o seu melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário