domingo, 26 de agosto de 2012

Papel e tinta




No papel em branco e seu corte
Trajado de noiva e viúva
Ao som do velho brega
Bebendo junto aos amigos
Que de imediato não conheço
Me reconheço tão velho...
Descrevendo sombras e gestos
Num desespero eu quero
Que alguém me escute
Mesmo que nunca possa
Entender das coisas que eu digo
Que é quase tudo o que sinto
O resto vi na Tv.
Por que me acalma o espírito
Me imaginar a te dizer,
A te agredir com doçuras
Palavras poucas, impuras,
No entanto por mim inocentes
Se você as ouve indecentes
Há isso é problema seu.
Na tinta escura emblemática
De símbolos me cubro
Pinturas rupestres em muros
Da infância mal comentada,
A mesma tinta que crava
Na minha pele a horrível marca
De só saber escrever.

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