terça-feira, 19 de julho de 2011

Miséria


Prostituta

Sozinha na calçada
A prostituta esperava
Mastigando a língua,
Esperando por alguém,
Qualquer um
Que a levasse pra
Qualquer lugar
Pra beber qualquer coisa
Nem que seja
Num lugar barato
Pra lhe pagar uma esmola
Por sua companhia.
Sozinha na calçada
Com a bolsa vazia,
A cara pintada,
A depilação atrasada
E a conta de luz também.
Vestida do modo
Mais vulgar e frio,
O quadril era
O que lhe dava alimento
Enquanto servia
De distração a estranhos.
Quando para um carro
Preto com um cara
Estranho de terno
E ela entrou sorrindo.
Continuou tão sozinha
Como sempre esteve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário